É possível substituir o Rivotril pela cannabis?
O clonazepam ou Rivotril é um remédio utilizado não só para transtornos psicológicos, mas também para espasmos e até crises epilépticas. Isso porque ele tem uma ação anticonvulsivante e também é um relaxante muscular.
Segundo o Sistema Nacional de Produtos Controlados da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), em 2015 a marca chegou a um número de 37,9 milhões de vendas.
Por outro lado, os efeitos antiepilépticos e antidepressivos também podem ser encontrados em fitofármacos à base de cannabis. Então será que é possível substituir?
Como a cannabis pode ser útil
A cannabis é cada vez mais usada para o tratamento de uma série de condições médicas, pois ela trabalha através do Sistema Endocanabinoide que está presente em várias partes do organismo.
Para crises epilépticas, por exemplo, os canabinoides da cannabis podem agir modulando as funções neurológicas do Sistema Nervoso Central.
O CBD (Canabidiol) é capaz de controlar as descargas dos neurotransmissores, o que pode reduzir tanto a intensidade das crises como a frequência delas.
Já para transtornos psicológicos, há estudos que mostram que o CBD tem propriedades ansiolíticas e antidepressivas, pois a sua ação neuromoduladora também é capaz de regular aspectos emocionais, cognitivos, nervosos e processos motivacionais das pessoas.
Cannabis X Rivotril
Mesmo com algumas evidências das propriedades medicinais da cannabis, mais estudos ainda são necessários.
Contudo, a cannabis parece ser uma opção mais vantajosa, pois possui efeitos colaterais mínimos e poucas interações medicamentosas. Entenda:
Desvantagens do Rivotril
O Rivotril é liberado para o uso em adultos e crianças, mas pode causar dependência física e até psicológica.
O medicamento ainda possui uma lista gigante de efeitos colaterais, que envolvem problemas sérios, como diminuição da capacidade motora, alucinações, agressividades e até amnésia.
Também possui uma série de contra indicações. Pessoas com um histórico de alergias a remédios anticonvulsivantes, ansiolíticos ou qualquer remédio que cause inibição no sistema nervoso, devem passar longe, por exemplo.
E a cannabis?
Já os produtos derivados da cannabis, possuem efeitos colaterais mínimos, que se limitam a náuseas, diarreia, sonolência e aumento do apetite.
A cannabis medicinal também não causa dependência, pois os canabinoides são bem aceitos pelo organismo.
De acordo com a neurologista Denise Lutf Pedra da Sociedade Brasileira de Estudos da Cannabis (Sbec), a cannabis não é um tratamento sintomático como o Rivotril, mas o seu trabalho é reequilibrar o Sistema Endocanabinoide.
Os canabinoides da cannabis exercem uma função bem parecida com os nossos, funcionam como uma espécie de reforço direto ao ponto, na raiz do problema.
Precauções
Contudo, é preciso ter cuidado, pois a mudança não é tão simples. De acordo com a médica, a troca precisa passar por um longo processo de adaptação, em que as duas opções precisam ser administradas juntas.
Sem contar que tudo precisa ser feito exclusivamente com uma orientação médica, que irá acompanhar todo o processo.
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