CBCM 2023 discutiu negócios e mercado de trabalho canábico no Brasil

Published On: 09/05/20234.5 min read

Nos dias 4 e 5 de maio aconteceu em São Paulo a segunda edição da Medical Cannabis Fair Brasil, principal feira profissional de cannabis medicinal da América Latina. 

Indústria alimentícia, cenário internacional, commodities, estruturação tributária, comunicação e setor bancário. Essas foram apenas algumas das possibilidades de mercado discutidas na programação do Congresso Brasileiro da Cannabis Medicinal 2023, que ocorreu em paralelo à feira e visou trazer atualizações e avanços sobre o uso medicinal e industrial da cannabis.

Os debates contaram com a participação de profissionais dos mais diversos setores e também de vários países, como Colômbia, Uruguai, Paraguai e Estados Unidos.  

Não teve a oportunidade de ir ao evento? Confira abaixo um overview do que foi discutido no CBCM 2023 sobre negócios canábicos.

Um raio-x da cadeia produtiva da cannabis

“A integração das cadeias produtivas é coisa mais importante para você ter uma indústria bem sucedida”. É assim que Lorenzo Rolim, presidente da Associação Latino-Americana de Cânhamo, abre o debate sobre a cadeia produtiva da cannabis.

Com moderação da jornalista e apresentadora Cristiane Guterres, a palestra discutiu desde o panorama legal e comercial da cannabis em países estrangeiros até estratégias de mercado e compreensão das normas regulamentárias.

É o que destacou Karen Castaño Coronado, gerente de comunicações da Associação Latino-Americana de Cânhamo, ao explicar que as leis de cannabis possuem diferentes objetivos em cada país.

A economista apontou a cadeia produtiva como instrumento natural de mercado e de como funciona a indústria em um país, incluindo leis, normas e até mesmo qualidade.

Trazendo detalhes sobre o cenário da cannabis nos EUA, Len May, CEO da EndoCanna Health, explicou sobre a legalização da planta no âmbito federal e como as políticas normativas, que mudam de estado para estado, impactam na produção e na testagem de qualidade de produtos.

A palestra contou ainda com a participação de Diego Navarro, engenheiro industrial, e da farmacêutica e doutora em Ciências Médicas, Claudete Oliveira, que frisou a importância de olhar para outros nichos e de aproveitar o potencial de pesquisa brasileiro.

Investindo na indústria verde 

Cannabis medicinal, agricultura, bio-tech, Internet of Things (IoT), aplicativos, cosméticos e cânhamo. Foram com essas possibilidades de mercado que a médica Paula Dall’Stella iniciou a palestra Formas de investir em cannabis.

O debate contou com a presença de Ken Grams — investidor, fundador, parceiro JV em Inovação, Imobiliário e Indústria de Cannabis —, que contou sua experiência como investidor no mercado canábico e apontou as vantagens do mercado brasileiro em comparação a outros países.

Marcelo Demp, empresário e fundador da Câmara de Cânhamo Industrial do Paraguai, e Gustavo Dibarboure, Cônsul Geral Adjunto do Uruguai em São Paulo, deram um panorama do mercado da cannabis nos respectivos países, desde suas leis até exemplos de negócio.

Para falar de leis, legislação e regulamentação, o advogado Carlos Araujo explicou o papel da advocacia em fazer o mercado da cannabis girar no Brasil e a importância deste profissional em garantir segurança jurídica e estruturação tributária para os empreendedores canábicos.

Já Felipe Paiva, executivo de câmbio, mostrou como o profissional de Relações Internacionais podem trabalhar com a cannabis através das políticas de commodities, aporte de capital, investimento em mercado estrangeiro e operações de câmbio.

O ouro verde do agronegócio

Embora o cultivo da cannabis não seja legalizado no Brasil, há muito o que falar sobre o papel de profissionais e pesquisadores agrônomos no estudo da planta.

Com a presença do engenheiro agrônomo Sergio Rocha e do fazendeiro e co-fundador da USA Hemp Brasil, o debate foi marcado por observações a respeito da importância de incluir os profissionais de agronomia nos negócios canábicos e no discurso da cannabis. 

A conversa também foi pautada pela relação entre cannabis, plantio e condições climáticas, além do cenário geral de cultivo no Brasil. 

A doutora em Biologia Molecular e pesquisadora da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Daniela Bittencourt, ainda ressaltou a necessidade de pesquisas básicas em torno da cannabis, como, por exemplo, verificar variedades específicas para cada região, polos produtivos mais interessantes para o cultivo da planta, propriedades de solo e muito mais.

Corina Silva, co-fundadora da USA Hemp Brasil e Kaule Hemp, ressaltou o carecimento de cautela quando o assunto é investimento e cultivo de cannabis, mas finalizou a conversa com otimismo, destacando a possibilidade de olhar para onde houve erros e encontrar oportunidades de crescimento. 

Cannabis, o mercado do presente

As possibilidades do mercado canábico estão cada vez maiores, evidenciando que, ao contrário do que se acredita, a cannabis já é um assunto do presente, e não do futuro.

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