Três interações medicamentosas com o CBD que você precisa conhecer
A cannabis tem sido uma aposta para uma série de condições médicas, principalmente por causa dos seus benefícios, comparados aos tratamentos convencionais. Como a sua alta efetividade e poucos efeitos colaterais, por exemplo.
Mas como nem tudo são flores, é necessário entender que a cannabis também é um remédio que precisa ser utilizado de forma correta.
Como em qualquer tratamento, ele também pode causar interações medicamentosas que influenciam diretamente nos resultados.
Hoje, vamos falar sobre três tipos de interações medicamentosas com o CBD (Canabidiol) e outros elementos da cannabis que podem prejudicar o tratamento:
CBD e álcool
Sim, bebidas alcoólicas podem afetar os efeitos da cannabis medicinal no organismo. Embora os estudos não tenham sido suficientes para uma resposta clara, é recomendável é que não misture.
Mas o que se sabe até agora, é que há uma competição pela metabolização no corpo, o que pode prejudicar a reação tanto de uma substância quanto da outra.
De acordo com o médico-cirurgião Rafael Pessoa, a cannabis e o álcool são metabolizados pelo fígado. Mas como o órgão é um só, há uma disputa de qual composto será metabolizado primeiro, o que prejudica ambos.
Consequentemente, isso pode potencializar os efeitos colaterais, tanto de um quanto do outro. No caso do álcool, aumenta a ressaca e no caso do óleo de CBD, piora a diarreia, por exemplo.
Cannabis e antibióticos
Os antibióticos foram um grande passo na medicina no combate às bactérias. Por outro lado, eles também são conhecidos por interagir e até cortar o efeito de vários remédios e com a cannabis não é diferente.
De acordo com a médica especializada em medicina integrativa, Paula Reichert, há alguns tipos de antibióticos que podem aumentar os efeitos tanto do THC (Tetrahidrocanabinol) quanto do Canabidiol.
Como no caso do álcool, há alguns antibióticos que podem causar a interação, como a Claritromicina, Eritromicina e Sulfonamidas.
De acordo com a médica, o THC e o CBD inibem algumas enzimas do citocromo P450, então, várias substâncias metabolizadas por estas enzimas, acabam tendo metabolismo mais lento, ficando mais tempo no corpo.
O que acaba potencializando o efeito das substâncias no organismo. As Sulfas, por exemplo, podem ainda aumentar especificamente o nível de THC.
É importante ressaltar que os canabinoides da planta também inibem a atividade das enzimas CYP, que pode resultar na diminuição dos efeitos de outros tipos de remédios.
Cannabis e anticoagulantes
Talvez você já tenha percebido que tomar qualquer tipo de medicamento ou substância exige que seu corpo o metabolize pode interagir com a cannabis.
No caso de anticoagulantes, a enzima CYP450, por exemplo, pode ser retardada ou acelerada por algum medicamento ou substância, incluindo CBD.
Isso significa que a interação medicamentosa acontece quando os efeitos de uma substância são alterados pela presença de outra substância.
Não há muitos estudos sobre a interação entre cannabis e anticoagulantes, mas encontramos evidências específicas, como a reação com a varfarina. Trata-se de um grupo de anticoagulantes usados na prevenção de trombose.
De acordo com um estudo disponível na Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos publicado em 2017, o CYP450 é predominantemente responsável por metabolizar a varfarina, mas o Canabidiol inibe esta classe de enzimas.
O CBD pode fazer com que a varfarina permaneça no corpo por muito tempo sem ser decomposta quando tomada em conjunto. Isso pode resultar em efeitos colaterais indesejados, como sangramento excessivo ou até overdose.
Procure um médico
No entanto, é importante lembrar que cada pessoa tem uma genética única, por isso, os canabinoides podem agir de formas diferentes. Por isso é sempre importante consultar um médico antes de iniciar o tratamento.
Caso não saiba onde achar, temos uma equipe especializada que pode te ajudar a encontrar o melhor caminho para usar a cannabis medicinal. Clique aqui e comece hoje mesmo.