Como explicar o CoA para quem nunca prescreveu cannabis?

Published On: 02/07/20243.7 min read

Embora o tratamento com cannabis seja relativamente novo no Brasil, a Anvisa estabeleceu padrões de qualidade para garantir a segurança dos pacientes. Essas normas estão assegurados nas Resoluções nº 327/2019 (para produtos nacionais) e 660/2022 (importações)

A maioria dos pacientes brasileiros utilizam medicações importadas. Suas definições técnicas são estabelecidas pelo CoA, ou Certificado de Análise (Certificate of Analysis, em inglês). 

Trata-se de um documento obrigatório que pode se assemelhar a uma tabela de informações nutricionais. Mas no Brasil, a análise do CoA é feita exclusivamente para fins medicinais. 

Neste texto você entenderá mais sobre o certificado. 

O que é e para que serve o CoA?

É um certificado produzido após a extração de uma variante de cultivo de cannabis. O CoA deve acompanhar o período de fabricação dos produtos, para que os profissionais de saúde consigam identificar facilmente a data de preparo.

A partir do CoA, é possível fazer a leitura dos componentes da planta, seja do extrato cru ou do produto final. Isso vale para óleos, gummies, produtos tópicos e outros. 

Idealmente deve existir um CoA diferente para cada tipo de forma farmacêutica. Um medicamento que será utilizado numa área íntima requer uma análise de pH, afinal terá contato direto com a mucosa . Já para um óleo de uso sublingual, é interessante saber a palatabilidade e densidade do conteúdo.

Basicamente, o documento vai ditar os componentes do produto de cannabis. Somado a isso vem a garantia de segurança da formulação. 

Os ítens do CoA devem seguir uma ordem de apresentação?

Na verdade, a disposição dos tópicos não segue um padrão, mas existem análises obrigatórias que uma marca deve apresentar. 

Destaca-se que a maioria dos produtos à base de cannabis importados vem dos Estados Unidos, onde a cannabis é vista como um suplemento alimentar. O Certificado de Boas Práticas de Fabricação (GMP) possui um grau alimentício que é diferente do rigor farmacêutico, este que prioriza muito mais a pureza dos componentes.

Pensando então nas análises necessárias, as principais são:

  • Perfil dos canabinoides e terpenos – que ditarão o tipo de prescrição de cada paciente.
  • Solventes residuais – para saber se o método de extração usado pela marca condiz com o produto final.
  • Metais pesados – é importante saber o que a planta absorveu do solo durante o cultivo, especialmente os elementos nocivos à saúde humana.
  • Análise de matéria estranha – resquícios de terra podem ser encontrados no extrato da planta.
  • Pesticidas – estas que podem ser encontradas em diferentes tipos de plantas.
  • Análise microbiana – para entender se existe algum contaminante (como uma bactéria) naquela composição.
  • Análise de micotoxinas – é possível que as plantas tenham alguma contaminação causada por fungos.

O CoA define quantidades mínimas de canabinoides?

Essa resposta dependerá da classe de cada produto, ou seja, se ele é full spectrum (espectro completo), broad spectrum (espectro amplo) ou isolado. 

Produtos full spectrum precisam de uma quantidade mínima de THC (tetrahidrocanabiol) para se encaixarem nessa categoria, assim como formulações broad spectrum, que estabelecem quantidades de outros canabinoides. 

Óleos de CBD (canabidiol) isolado também devem informar as proporções deste componente e dos solventes usados. 

Independente do tipo de classe receitada por um médico ou cirurgião-dentista, é imprescindível que a composição siga exatamente o que está no descritivo. 

Curadoria técnica da Cannect

A Cannect, maior healtech de cannabis medicinal da América Latina, possui uma curadoria técnica de produtos de cannabis que se inicia a partir da negociação com as marcas.

A obrigatoriedade do CoA é a primeira etapa, afinal os profissionais de saúde precisam saber o que seus pacientes estarão consumindo. Coordenando essas fases, a equipe de enfermagem da empresa coleta fichas técnicas bem aprofundadas. 

Todas as marcas presentes no portfólio da Cannect passam por esse processo que muitas vezes é constante. Isso acontece porque existem produtos que deixam de ser produzidos e outros que entram no escopo de cada fabricante.

Em um segundo momento, os farmacêuticos recebem os produtos e testam se a qualidade condiz com os dados informados no certificado de análise. 

Para saber mais sobre a leitura do CoA e da curadoria técnica, entre em contato com o Relacionamento Médico da Cannect!