A cannabis para o tratamento do TDAH 

Published On: 04/10/20223.8 min read

O  TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) atinge cerca de 4% da população adulta mundial, segundo a (OMS) Organização Mundial da Saúde. Só no Brasil, o transtorno atinge aproximadamente 2 milhões de pessoas adultas.

Diferente do que muitas pessoas pensam, esse transtorno não é de mau funcionamento, mas sim uma forma diferente de agir.

Trata-se de apenas um dos tipos de autismo e é um transtorno com causas genéticas, ambientais e biológicas, que, geralmente, se manifesta na infância.  

As conexões entre os neurônios (sinapses), se tornam menos efetivas levando aos circuitos cerebrais, respostas inadequadas a diferentes situações.

E como a cannabis entra na história?

Não há remédios especificamente para autismo, o que existe são medicamentos para os problemas causados pela síndrome, como ansiedade, hiperatividade, ataque de raiva, impulsividade e mudanças de humor, o que pode ser facilmente tratado com a cannabis.

Contudo, o uso da planta no autismo só começou depois que perceberam a eficácia da planta no tratamento de epilepsia refratária. Embora distintas, as doenças estão relacionadas, estima-se que 30% dos autistas também sofrem de epilepsia.

Altamente eficaz

Diversas pessoas relataram uma melhora considerável após o uso do óleo de canabidiol, que se mostrou mais eficaz que muitos tratamentos convencionais. 

As mães perceberam a diminuição da ansiedade, irritabilidade, insônia e agressividade. O que despertou a curiosidade de pesquisadores para entender a fundo.

Estudos

Em 2018 a revista científica Elsevier divulgou um estudo realizado com o canabidiol no tratamento de autismo, com pesquisas pré-clínicas e clínicas. 

O objetivo era entender o envolvimento do SE (Sistema Endocanabinoide) e o neurodesenvolvimento nas desordens físicas e mentais, além de saber se o CBD era seguro e eficaz para o tratamento.

O óleo não se mostrou um santo milagroso, mas sim um suporte para diminuir alguns sintomas. A pesquisa relatou que o canabidiol pode ter algumas propriedades pró-sociais em estudos pré-clínicos. Contudo, as pesquisas não são suficientes.

Cannabis como monoterapia

O óleo de cannabis pode servir também como Monoterapia para algumas reações do autismo, como distúrbio do sono, TDAH, ansiedade e convulsões. 

Mas os efeitos para o comportamento aditivo, distúrbios cognitivos ou humor e agressividade foram muito baixos.

No entanto, o artigo deixou claro que os benefícios do canabidiol para o autismo ainda não são comprovados, pois as evidências são indiretas.

E como a cannabis influencia no cérebro?

Já em 2019 foram desenvolvidos diversos estudos ao longo do ano sobre o uso da cannabis no tratamento de autismo. 

Em janeiro e maio, os pesquisadores buscaram entender os efeitos do canabidiol a longo prazo. Para isso, os pacientes do estudo passaram por uma espectroscopia de ressonância magnética, que mostrou que o sistema de inibição e excitação dos autistas responde de forma particular, o que resultou em mais estudos.

O estudo durou 66 dias e testou o uso oral do canabidiol em 53 crianças e jovens de 4 a 22 anos e as evidências foram promissoras.

  • 67,6% tiveram melhoras nos ataques de automutilação e raiva;
  • Quase 70% melhoraram a hiperatividade;
  • A melhora no sono ainda foi superior a 71%
  • A ansiedade diminuiu 47,1%

Outras duas pesquisas realizadas em setembro e outubro relataram os mesmos resultados principalmente no sono, nos déficits  de comunicação e convulsões. 

Mas o que também chamou atenção foi as melhoras cerebrais que ainda não haviam sido exploradas. Um exame de ressonância magnética nos pacientes mostrou que o tratamento ajudou a melhorar significativamente algumas atividades cerebrais em locais específicos. 

O exame magnético foi feito também em pessoas sem TEA e não mostrou alterações com o uso do canabidiol. Isso prova de certa forma que o produto tem o poder de alterar atividades cerebrais em áreas afetadas do autismo.

Por outro lado, a neurologista pediátrica israelense Orit Stolar, em entrevista ao portal O Globo, reforça que as coisas não são tão simples.  “Há um tempo de ajuste até chegar ao princípio ativo ideal, se é CBD, ou THC, e em que dosagens? Também há diferenças entre fornecedores.”, ressaltou. 

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